terça-feira, 2 de agosto de 2011

Um ano para Londres 2012

Falta pouco menos de um ano para as Olimpíadas de 2012, a serem realizadas em Londres. Este texto, que imagino, somente deva interessar aos aficionados (ou loucos) por esportes como eu, faz uma previsão sobre o desempenho do Brasil na última competição antes de recebermos os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Dentre as quase trinta modalidades olímpicas, existe um grupo restrito daquelas em que o país tradicionalmente, de 16 ou 20 anos para cá, consegue medalhas. Assim, uma possibilidade para se prever a performance do Brasil é avaliar as nossas chances nessas modalidades, que são as seis seguintes: atletismo, futebol, judô, natação, vela e voleibol. Em Pequim 2008, das nossas 15 medalhas, 14 foram conseguidas nesses esportes; em Atenas 2004, foram 9 em 10 medalhas (as exceções foram um ouro no hipismo em 2004 e um bronze no taekwondo em 2008).

Considerando então apenas as seis modalidades em que o país vem conseguindo a grande maioria das suas medalhas, quais as maiores apostas para 2012?

O voleibol, em tese, pode nos proporcionar até 6 medalhas: o masculino e feminino nas quadras e quatro duplas no vôlei de praia podem chegar ao pódio. A seleção masculina ficou em segundo lugar no último Campeonato Mundial, mas está sempre entre as melhores. A seleção feminina, atual campeã olímpica, também foi vice mundial perdendo para Rússia, mas tem grandes chances de medalha. Alison e Emanuel, no masculino, e Larisa e Juliana, no feminino, são campeões mundiais de vôlei de praia. Assim, contando mais uma medalha no vôlei de praia masculino (Márcio e Ricardo foram vice no mundial), nossa previsão é de 5 medalhas no vôlei em 2012.

O judô adotou um sistema de ranking semelhante ao tênis, possibilitando que se tenha um panorama atual dos principais atletas em cada uma das categorias de peso (7 no feminino e 7 no masculino). O esporte é muito equilibrado e qualquer um que esteja, digamos, entre os 20 melhores no ranking de cada categoria tem chances de medalha. Mas nos pautando pelo ranking e na experiência dos atletas do Brasil, é plausível pensar em 5 medalhas no judô. No masculino, Leandro Guilheiro é o 2º. no raking até 81Kg e Tiago Camilo é o 7º. até 90Kg, e ambos já são medalhistas olímpicos. No feminino, temos três atletas entre as cinco primeiras do ranking mundial: Sarah Menezes (4ª. até 48kg), Érica Miranda (5ª. até 52 Kg) e Mayra Aguiar (5ª. até 78Kg). São atletas jovens, sem grande experiência, mas com muito potencial para estarem entre as melhores em 2012.

A vela tradicionalmente, desde os jogos de Moscou em 1980, dá ao Brasil pelo menos duas medalhas. Sinceramente, não sei e não tenho muito interesse nos resultados recentes deste esporte, então vamos manter a média e prever novamente 2 medalhas. Já o futebol, na realidade, não tem muito haver e fica meio deslocado nas Olimpíadas. Seja como for, dá para contar com 2 medalhas no futebol em 2012. No feminino, exclusivamente pelo talento da Marta; no masculino, pela vontade de ganhar o inédito ouro olímpico (o que, por outro lado, pode atrapalhar, mas o país tem bons jogadores sub-23).

Por fim, a natação e o atletismo, os esportes que eu mais gosto de assistir em Olimpíadas. No recente Mundial de Esportes Aquáticos, o Brasil teve quatro medalhas de ouro, mas só uma delas numa prova olímpica: 50 metros livres, com o César Cielo. Acho provável que ele repita o desempenho em Londres, e venha também outra medalha (ou do próprio Cielo nos 100 livre, ou na maratona aquática). Seriam então 2 medalhas na natação. Já no atlestismo, nossas chances parecem estar somente com as mulheres: Mauren Maggi no salto à distância e Fabiana Murer no salto com vara. Ambas tem a quinta melhor marca do ano em suas respectivas provas. Creio que apenas uma consegue chegar ao pódio em Londres, deixando o Brasil com 1 medalha no atletismo em 2012.

Pronto, está feita a previsão: 17 medalhas para o Brasil nas Olimpíadas de 2012. A cor dessas medalhas determinará nossa classificação. Com esse número de medalhas, lutamos pelo 11º. lugar. É muito difícil entrar no pelotão de elite dos dez países que, nas duas últimas Olimpíadas, com variações entre eles, se mantiveram nas dez primeiras posições. Os EUA nas Américas, a Austrália na Oceania, China, Japão e Coréia do Sul na Ásia e as cinco potências européias: Rússia, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália. Tais países conquistam de 30 medalhas para mais, num patamar claramente superior aos demais. Nossa briga, e não é fácil, ficaria com países na faixa de 15 a 25 medalhas, como Holanda, Espanha, Ucrânia e Cuba.

Se a distribuição das nossas medalhas for: 7 de Ouro (vôlei de quadra masculino, vôlei de praia masculino, duas no judô, futebol masculino, uma na vela e uma na natação), 6 de prata (vôlei de quadra feminino, vôlei de praia feminino, duas no judô, uma na vela e uma no atletismo) e 4 de Bronze (outra dupla no vôlei de praia, futebol feminino, uma no judô e uma na natação), isso seria suficiente, em Pequim 2008, para o 11º. lugar no geral. A conferir daqui a um ano. 

6 comentários:

  1. Caro AMIGO
    Sugiro que faça uma previsão também das MEDALHAS DE OURO que traremos com das PARA-OLIMPÍADAS, que na minha opinião deveriam estar "DENTRO" E NÃO PARALELAS a este evento esportivo. E como bom previdente faça uma análise comparativa das duas formas de competiçao, já que seu conhecimento e dedicação ao assunto me revela sua paixão pelos esportes.... Parabéns por mais um texto que nos ajuda a compreende a importância dos diferentes tipos de prática desportiva.
    um doceabraço jorge marcio

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  2. Caro Jorge,
    boa sugestão! Só a título de comparação, nas Olimpíadas de Pequim 2008, o Brasil ficou em 23. lugar, com 15 medalhas (3 de ouro). Nas para-olimpíadas, que distribuem um número bem maior de medalhas, ficamos em 9. lugar, com 47 medalhas (16 de ouro).
    O lado esportivo à parte, também tenho algumas críticas ao "modelo para-olímpico". Mas isso fica para um outro texto...
    Um grande abraço!

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  3. Seguindo os resultados do Mundial de Natação de Shangay desse ano, tenho esperaça de mais medalhas na natação do que apenas as 2 que estão previstas.

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  4. Afonsinho, o problema é que 3 das 4 medalhas do Mundial de Shangay foram ganhas em provas que não serão disputadas nas Olimpíadas: 25 KM de maratona aquática, 50 metros peito e 50 metros borboleta. A prova dos 50 metros livres em que o Cielo foi ouro é a única que também acontece em Olimpíadas. Acho que esta vai ser uma medalha quase certa, e aposto mais uma na maratona aquática de 10 Km, com a Poliana Okymoto. Uma terceira chance é o Cielo de novo nos 100 metros livres, ou a revelação Bruno Fratus. Vamos ver...

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  5. poutz, não sabia que os 50m peito e 50m borbuleta não eram provas olimpicas, e vivendo e aprendendo Vinicius, continuo com a esperança desse 100m do Cielo sair. abraço brother

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  6. Pois é, são provas disputadas apenas nos Mundiais. Também tenho esperança de medalha com o Cielo nos 100 m. Vamos ver. Abração.

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