terça-feira, 13 de setembro de 2011

Basquete nas Olimpíadas

Esses dias não ando muito bem de saúde. A pressão arterial deu uma variada e as dores no corpo aumentaram. Passei ontem no médico e isso deve estar relacionado com a parte urológica, seja na dificuldade em fazer a sondagem ou no agravamento da infecção urinária. Então é tratar e, assim que possível, reaplicar a toxina botulínica na bexiga/uretra, dando um descanso para o órgão e facilitando o cateterismo. Talvez, em função desta intervenção cirúrgica (simples), eu fique meio afastado do blog nos próximos dias.

Feito o registro aqui no meu “diário virtual”, gostaria também de falar algumas coisas sobre o acontecimento esportivo mais importante do fim de semana: a classificação, depois de 16 anos nas ausências em Sidney, Atenas e Pequim, da seleção brasileira masculina de basquete para as Olimpíadas de Londres em 2012.

Antes de falar propriamente do time e da conquista, quero compartilhar uma opinião ou percepção que foi confirmada na última semana: o basquete é um esporte bem mais atrativo e interessante do que o vôlei e, de maneira geral, os brasileiros se interessam muito mais por este jogo. Do meu ponto de vista, o basquete é um jogo dinâmico, envolvente e emocionante, ao passo que o vôlei, embora tenha sua graça, é mais repetitivo e até monótono em alguns momentos. Pela quantidade de mensagens na semana passada, seja no e-mail ou Facebook, sobre a equipe brasileira de basquete e a possibilidade de classificação para as Olimpíadas, me parece que a maioria também pensa assim.

Nos últimos anos, o Brasil teve um desempenho muito melhor no vôlei do que no basquete, o que atrai torcida, fãs, publicidade e investimentos. Mas, jogo por jogo, o basquete é mais legal e, historicamente, sempre foi o segundo esporte no Brasil em termos de praticantes e interesse, ficando atrás só do futebol. Além disso, nas gerações anteriores foi também um esporte de conquistas e tradição olímpica, com vitórias em Mundias e cinco medalhas olímpicas (duas de bronze para o masculino e duas de prata no feminino, sendo a primeira em Atlanta-1996, no inesquecível time de Paula e Hortência).

Bom, mas falando da seleção atual, creio que o histórico recente de decepções gerou avaliações negativas precipitadas sobre o time. É verdade que na primeira fase do Pré-Oímpico disputado na Argentina, o time não inspirou confiança ao vencer, com dificuldades, Cuba, Venezuela e Canadá, e perder para República Dominicana. Na segunda fase, porém, vitórias tranqüilas e animadoras sobre Uruguai e Panamá deram o embalo para o primeiro feito desta seleção: derrotar a Argentina, com suas estrelas, jogando lá. A confiança aumentou muito e, inesperadamente, ganhamos um grande pivô: Rafael Hettsheimer, de 25 anos, que jogou muito contra a Argentina e se firmou no resto do torneio. Atropelamos Porto Rico na seqüência, o que também não acontecia faz tempo, e a classificação veio num jogo equilibrado, duro, mas consistente contra a República Dominicana (e seus três jogadores que atuam na NBA).

Em relação ao time, tivemos um bom quinteto titular: Marcelinho Huertas, Alex, Marquinhos, Guilherme Giovanoni e Tiago Splitter. Este último, por ironia nosso único jogador de NBA que estava presente, não foi muito bem no Pré-Olímpico, abrindo espaço para o Rafael Hettsheimer. Vale mencionar também Marcelinho Machado, 36 anos, com cinco eliminações jogando pela seleção em Pré-Olímpicos anteriores, e que finalmente consegue realizar o sonho de classificar o país – e merece ser convocado para as Olimpíadas!

Para terminar, a questão que será debatida até as vésperas dos jogos é o que fazer com os jogadores brasileiros que atuam na NBA e não jogaram o Pré-Olímpico: Varejão, Nêne e Leandrinho. Quanto ao primeiro, seria uma injustiça não chamá-lo porque ele só não foi para Argentina em função de uma contusão. Quanto ao Nêne e ao Leadrinho, no impulso a vontade é desconsiderá-los desde já, mas esta é uma prerrogativa da comissão técnica, liderada pelo argentino Rubem Magnano (que foi brilhante, principalmente por armar uma ótima defesa no time). Acho prematuro fechar o grupo um ano antes das Olimpíadas, e temos tempo para reavaliar o elenco, inclusive no que diz respeito ao comportamento dos jogadores daqui para frente.

O fato é que, finalmente, o basquete masculino brasileiro voltou à elite do esporte. Já estão classificados para as Olimpíadas, a Grã-Bretanha (por ser o país sede), os EUA (últimos campeões mundiais), Argentina e Brasil (representando as Américas), a Austrália (Oceania) e a Tunísia (África). Restam seis vagas: duas para Europa, uma para Ásia e outras três a serem definidas no Pré-Olímpico Mundial. Na Europa, a disputa ocorre nessa semana e os favoritos são: Espanha, França, Lituânia, Sérvia, Grécia e Rússia.

São todos times muito fortes, mas tirando os EUA (se forem com um time de ponta), a disputa pelas medalhas está em aberto.

2 comentários:

  1. CARO, BRAVO E RE-EXISTENTE VINICIUS
    Compreendo bem seu texto inicial na própria pele, embora apenas fique com as dores, mas também tenho de cuidar dos meus rins nos últimos tempos... efeito do uso prolongado de antinflamatorios...
    Mas o assunto é a bola no cesto, ou melhor o basket-ball. Você sempre traz um olhar criativo e de bola de 3 pontos. Espero que volte logo para escrever novos temas dos 3que também gosto muito. SAUDE E FAÇA UMA BOA ENTERRADA NA SUA PRÓPRIA CESTA VITAL...UM DOCESAUDOSO ABRAÇO

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  2. Caro Jorge, amigo de luta e das dores, ainda estou por aqui. Agradeço imensamente pelas palavras de apoio, carinho e incentivo! O jogo é duro meu caro, mas vamos em frente....Lhe desejo também tudo de bom para que continue firme como um dos nossos "gurus"...
    Um grande abraço!

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