Faz muito
tempo que assisto aos jogos do Corinthians da mesma forma: em casa, no meu
quarto, deitado na cama e tendo só a Regina como companhia (que geralmente vê o
primeiro tempo, mas dorme no segundo). Às vezes, sinto falta de estar com
amigos (ou “inimigos secadores”), tomando cerveja, comendo amendoim, num bar ou
outro lugar. Mas a gente se acostuma e, na verdade, como torcedor, faz disso
uma espécie de ritual, como se fosse possível se sentir mais seguro ou menos
nervoso por estar repetindo esta rotima.
No jogo de
ontem, não foi diferente. Passei um dia complicado, com dores no corpo mais
fortes do que o habitual. Quis deitar cedo, e às 18h00 já estava na
cama.Fiquei enrolando vendo uns programas de esporte, mas às 19h00 virei para
dormir e relaxar o corpo, pois não poderia ficar na mesma posição até o final
do jogo. Acordei às 21h00, fiquei de frente, subi a cabeceira da cama e me
posicionei como de costume para ver o pré-jogo no Fox Sports.
Como está
dando sorte e não é o Galvão Bueno narrando, pouco antes das 22h00 mudei para a
Globo. Estava tocando o hino nacional e, mais uma vez, fiquei incomodado com o
fato das torcidas ficarem gritando durante o hino (o que se percebe mesmo com a
TV diminuindo o som ambiente). A execução do hino antes de todo e qualquer
evento esportivo, como se faz de uns tempos para cá, na minha opinião, é um
desgaste de um símbolo nacional que deveria ser preservado para algumas
ocasiões. Mas já que tocam, porque não se faz um trabalho junto aos torcedores
para mostrar a importância do respeito ao hino como padrão de civilidade? Bom,
mas isso é outra conversa...
Ao olhar os
jogadores em campo, impossível não fixar a atenção em Neymar, por boas e más
razões. As primeiras porque o cara é um craque, joga muito e fiquei
pensando como seria importante marcá-lo
bem ou que ele jogasse mal (o que acabou acontecendo). Agora, não dava também
para ignorar aquele cabelo. Longe de mim ser preconceituoso, mas que coisa
horrorosa. Quanto tempo ele gastou – e quanto pagou – para deixar a cabeleira
daquele jeito?! Bom, cada um cada, cada
um.
Outra
observação de ordem estética: porque tiraram as listas brancas da camisa preta do
Corinthians? Poxa, esse é o uniforme 2
tradicional, que lembra a conquista do título paulista de 1977 e a quebra do
jejum, dentre outros momentos históricos. Mas não, o time entra todo de preto,
e ainda por cima com uma publicidade nova e enorme na frente da camisa: IVECO.
Que diabos é isso? Descubro agora no Google que é um fabricante de caminhões.
Tá certo, é que sou um saudosista das camisas antigas. E mesmo a do Santos
ontem também estava feia, com patrocínios em tons de laranja e azul sob o
manto branco.
Pensei em
todas essas coisas importantes antes de começar o jogo. Bola rolando. Daqui
para frente, existe gente muito mais competente do que eu para falar sobre a
partida, esquemas táticos, questões técnicas, etc, como o Vitor Birner (http://blogdobirner.virgula.uol.com.br)
ou o Juca Kfouri (http://blogdojuca.uol.com.br/).
A minha
crônica acaba aqui e termina depois da meia-noite, quando pedi para Regina
desligar a TV. Pensei na sorte que tenho de tê-la como esposa, e na felicidade
ser corintiano.
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