quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ser Corinthians!

Meus amigos não-corintianos que me desculpem, mas essa valhe a pena:


Jean Carllos

Aconteceu em SP
Um menino de 6 anos chegou em casa e perguntou:

- Pai, para que time eu torço?
O pai imediatamente detectou o problema. Não ligava muito para futebol, nunca tinha conversado com o filho sobre o assunto. Percebeu que o menino tinha chegado a uma idade em que é obrigatório ser torcedor. Decidiu que se esforçaria para reparar o erro.
Prometeu ao filho que o levaria a jogos de todos os clubes grandes de São Paulo, para que o garoto tivesse todas as oportunidades para escolher seu time do coração. Fez a devida lição de casa. Aprendeu os fatos, os nomes, os momentos e lugares importantes na História de cada clube.
A primeira visita foi ao Morumbi, numa tarde de jogo do São Paulo. Chegaram cedo, passaram no Memorial, viram os troféus da Copa Libertadores, da Copa Intercontinental.
- Filho, o São Paulo é o mais bem sucedido clube brasileiro no cenário internacional. Ganhou a Libertadores 3 vezes, foi a Tóquio duas vezes para conquistar a Copa Intercontinental, também tem um Mundial de Clubes da Fifa. Além disso, foi o primeiro clube da cidade a ter o seu Centro de Treinamento. E claro, é o dono desse estádio, o Morumbi, o maior de São Paulo.
O jogo foi ótimo, o São Paulo venceu, o menino ficou impressionado com o tamanho e conforto do Morumbi.
- E aí, quer comprar uma camisa? – perguntou o pai.
- Ainda faltam três times, né? Prefiro esperar.
A segunda visita foi ao Palestra Itália. Passearam pela sede do clube. Viram os bustos de Ademir da Guia, de Junqueira, de Waldemar Fiúme. Também conheceram a sala de troféus. Sentaram-se nas numeradas do estádio do Palmeiras.
- Filho, esse time é diferente dos outros, por causa da conexão com a origem dos torcedores. O Palmeiras tem uma ligação sanguínea com a Itália, se chamava Palestra Itália. Claro, ninguém precisa ser italiano para torcer pelo Palmeiras, mas é bonito ver essa relação familiar com o time. Os palmeirenses são apaixonados por essa camisa. Grandes craques passaram por aqui ao longo dos tempos. Tanto que o time tem o apelido de “Academia”. – contou o pai.
O Palmeiras ganhou, o menino vibrou. Gostou do ambiente no Palestra, da proximidade do gramado.
- Vamos comprar a camisa? – o pai perguntou.
- Mas ainda faltam dois times…
Próxima parada, Vila Belmiro. No carro, indo para Santos, o pai começou a falar sobre as glórias do time.
- Meu filho, esse time que você vai conhecer hoje é um patrimônio do futebol. É o time em que jogou o Pelé, o maior jogador da História. Teve o melhor time de todos os tempos, no começo da década de 60, quando não havia adversário neste planeta que pudesse vencê-lo. Você vai ver a quantidade de taças que eles têm.
Visitaram o Memorial das Conquistas e sua impressionante coleção de troféus. As fotos do timaço que conquistou o mundo duas vezes, do Rei Pelé e de tantos e tantos jogadores lendários.
O Santos ganhou o jogo, o menino ficou empolgado. Na Vila, dá para ficar ainda mais perto do campo.
Na saída, a mesma pergunta.
- Vamos comprar a camisa?
- Calma pai, ainda tem um jogo para a gente ir, não tem?
E foram ao Pacaembu, num domingo à tarde. Não conseguiram sair cedo de casa, estavam um pouco atrasados. O pai foi falando sobre o Corinthians no carro.
- Filho, estamos indo ao Pacaembu, mas o Pacaembu não é o estádio do Corinthians. É da prefeitura, porque o Corinthians não possui um estádio próprio. Mas a torcida se sente muito bem lá. Outra coisa: o Corinthians é o único time de São Paulo que ainda não ganhou a Copa Libertadores. Mas tem um detalhe interessante: é a maior torcida de São Paulo, e a segunda maior do Brasil. É uma torcida tão apaixonada que é chamada de “Fiel”. Esta torcida ficou por mais de vinte anos sem ganhar um título sequer, no entanto, incrivelmente, foi exatamente neste período que a torcida mais cresceu.
Dificuldades para estacionar o carro, confusão na descida da escadaria, empurra-empurra, correria, etc... enfim chegaram em frente ao Pacaembú. Chegando próximo à bilheteria, viram um homem pardo, de chinelos de dedo, comprando seu ingresso com os últimos trocados de sua surrada carteira.

Por causa do atraso, pai e filho entraram no Pacaembu pelo portão principal, quase na hora em que o Corinthians subiu ao gramado. Sentaram-se apertadamente na escadaria da arquibancada de cimento por falta de espaço, e logo tiveram de se levantar, porque o time foi para o campo. A emoção da torcida ao ver o time subir a escadaria do vestiário deixou o menino impressionado...
De repente, o pai percebeu algo assustador. Seu filho estava arrepiado, respiração alterada, chorando de euforia, irriquieto, e ao mesmo tempo rindo sozinho, feliz como se tivesse ganho o maior dos presentes.
- O que aconteceu, meu filho?
- Não sei, pai.
- Por que você está chorando?
- Não sei…
- Quer ir embora?
- Não, quero ficar.
O jogo estava para começar quando o menino pegou o braço do pai.
- Pai, quero uma camisa.
- Como assim?
- Escolhi, pai.
- Mas o jogo ainda nem começou…
- Não importa !!! Eu sou corinthiano !!!

ENTENDEU?
SENTIU?
NÃO?
ENTÃO NÃO É...
SÓ QUEM É, PRA ENTENDER !!!

2 comentários:

  1. Muito bonito mesmo. Pena que 95% dos que se dizem corintianos jamais tiveram essa experiência, apenas torcem para o Curintia nas noites de quarta depois da novela e nas tardes de domingo antes do Faustão.

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  2. Fala Rolha! Bom, primeiro acho que você exagerou nessa proporção (95%), muito mais gente já teve sim a experiência de ver o Corinthians jogar. Há também a questão do limite físico do estádio, com 40 mil lugares e uma torcida estimada de 25 a 30 milhões de pessoas (e temos estado, com frequencia, entre as maiores médias de público). Por último, falo da minha experiência. Por diferentes razões, é difícil mesmo ir ao estádio. Devo ter ido umas 15, 20 vezes, no máximo. Mas foram experiências únicas. Então, mesmo acompanhando só pela TV, me dou ao direito de me sentir 100% corintiano!

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