segunda-feira, 6 de junho de 2011

Roland Garros

Com a vitória do espanhol Rafael Nadal, ontem terminou o torneio, na minha opinião, mais interessante, charmoso e competitivo da temporada do tênis: Roland Garros, na França. Em função dos meus problemas de saúde, atualmente está difícil e me preocupa até uma viagem aqui para Sumaré, vizinha de Campinas. Mas dentre os meus sonhos e vontades – que precisamos ter para nos manter vivos – está um dia passar duas semanas na primavera francesa e assistir esta competição nas quadras de saibro em Paris (a Rê já falou que faz um esforço e me acompanha).
Em 1997, pela primeira vez, pude acompanhar com mais atenção o torneio. Eu tinha apenas dois anos da lesão medular, ficava bastante em casa e tinha tempo para assistir às longas partidas pela ESPN (um pouco como agora). Naquele ano, um brasileiro que não estava entre os 50 primeiros do ranking, Guga, começou a ganhar os jogos, derrotando favoritos um a um. Ele acabaria por vencer o torneio, selando também minha paixão por este esporte, particularmente por Roland Garros.
Assim como Guga, que nasceu em 1976, eu tinha 21 anos e a partir dali passei a seguir a temporada de tênis. Parênteses: Ronaldo Fenômeno também nasceu em 1976; nós três completamos 35 anos em 2011; meus chapas. De volta ao tênis, algumas coisas me fizeram gostar desse esporte, para o qual eu não dava muita bola. A organização através de um ranking e competições semanais em que, sem nenhuma dúvida, vence quem merece, quem é o melhor (ao contrário do futebol). O esforço e a combinação entre habilidade técnica e controle emocional que são exigidos dos tenistas, pois é um esporte de força e sintonia fina ao mesmo tempo.
Tais características são postas a prova de maneira especial num torneio como Roland Garros. Durante duas semanas, os 128 melhores tenistas do mundo (só na chave principal) se enfrentam em partidas melhor de cinco sets, que podem durar 4, 5 horas. Para chegar à final, é preciso vencer 6 partidas, disputando-se o sétimo e derradeiro jogo com um cara que, assim como você, venceu todos os jogos até ali e mandou os outros tenistas para casa. Além da recompensa financeira, nada desprezível, ao vencedor cabe a honra de colocar seu nome na história do tênis.
Rafael Nadal, aos 25 anos, fez isso pela sexta vez ontem, alçando em número de títulos o lendário sueco Bjorn Borg (que também ganhou Roland Garros pela sexta vez com 25 anos, mas se aposentou depois). Assim, Nadal tem tudo para ser o maior vencedor do torneio, mesmo com a torcida contra do público francês, que prefere o estilo de jogo refinado e o comportamento mais clássico do franco-suiço Roger Federer (que ganhou uma vez, em 2009). Guga Kuerten também já marcou seu nome na terra batida de Paris, pois venceria outras duas vezes depois de 1997, em 2000 e 2001, sendo tricampeão em Roland Garros.
Enfim, fica aqui registrada minha reverência a esse torneio. Temos que acreditar nos nossos sonhos. É improvável que outro brasileiro volte a ganhar em Paris; como nem de longe me vejo hoje embarcando num avião para Europa. Mas, quem sabe....

3 comentários:

  1. Oi Vini!

    Também acompanhei o torneio este ano e achei muito bom. Foi um dos melhores dos ultimos anos, pois a superioridade de Nadal não foi tão marcante.
    So' uma correçãozinha no seu texto. Federer não é franco-suisso e sim germânico-suisso. E espero que ele ganhara' em Wimbledon!
    Abração,

    Nano

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  2. E é claro, suiço se escreve com "ç" e não com 'ss', como em francês...

    A bientôt,

    Nano

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  3. Nano, pois é, houve um equilíbrio maior e acho que nos próximjos anos será assim, com o Nadal tendo que suar mais para ganhar.
    Obrigado pela correção. Pela desenvoltura do Federer no francês e pela paixão que o público de Paris tem por ele, achei que fosse oriundo da parte francesa da Suiça. Quanto a Wimbledon, o Federer vai babando e tem muitas chances mesmo, mas o Djovick vai dar trabalho.
    Abração!

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